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Jornalismo e literatura (apenas um teste)

FRUS, Phyllis. The Politics and Poetics of Journalistic Narrative – The Timely and the Timeless. New York, Cambridge University Press, 1994.

Como o próprio título já assinala, esta obra é fundamental por dar subsídios para uma discussão sobre o jornalismo segundo uma perspectiva dada pela teoria literária. A autora faz um exaustivo levantamento sobre a produção de literatura de não-ficção em língua inglesa, relacionando esta produção ao jornalismo literário. Segundo Phyllis Frus, o jornalismo permite uma apropriação literária toda vez em que forma e conteúdo estabelecem relações formais de correspondência. Em outras palavras, quando existe uma certa performatividade da linguagem portanto. O método pelo qual Frus propõe como abordagem estética do jornalismo é a leitura reflexiva, o que significa identificar os momentos na produção de não-ficção de determinado autor em que ocorre essa linguagem performativa. Como exemplo a autora demonstra esse método na leitura de um conjunto de relatos/narrativas de Stephen Crane, escritor-jornalista que trabalhou para William Randolf Hearst no começo do século XX e que escreveu a famosa reportagem do chamado jornalismo amarelo “The Open Boat”, a qual mais tarde seria publicada novamente como conto. Frus analisa as duas versões do relato para identificar os momentos em que Crane altera estilisticamente a narrativa. O mesmo procedimento é possível no caso de Hermingway, outro escritor-jornalista que utilizou material coletado como repórter como base ara seu trabalho literário. No caso de Hermingway a leitura reflexiva é até mais rapidamente estabelecida dado que o estilo literário deste autor é marcado pela concisão – influência de seu trabalho como correspondente na Guerra Civil Espanhola, quando as matérias eram transmitidas via telégrafo, o que exigia de Hermingway o desenvolvimento de todo um estilo sóbrio e econômico de escrita.

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